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Autismo: uma leitura da clínica psicanalítica

2018
angelica-silva13@outlook.com


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Autismo: uma leitura da clínica psicanalítica

O presente trabalho trata da preocupação que a clínica psicanalítica aponta referente à experiência de escuta de crianças autistas, pode-se já destacar, antecipadamente, que essa clínica tem indicado a importância dos processos de desenvolvimento que estruturam e organizam a posição subjetiva. O objetivo deste estudo é apresentar a possibilidade de escuta de crianças autistas a partir dos pressupostos técnicos, teóricos e éticos da Psicanálise que permitem perceber um ser que deseja falar, sendo utilizada a pesquisa exploratória através do instrumento de revisão bibliográfica e consulta a periódicos científicos. Pode-se destacar que a clínica psicanalítica tem como tarefa fazer o inconsciente falar, ao falar a singularidade tem a possibilidade de ser acessada pelo sujeito impermeável a comunicação, sem negar que para a Psicanálise defesas são mecanismos de comunicação, por isso apesar da presença da forclusão à estrutura psíquica o sujeito se comunica. O exemplo dessa possibilidade foi apresentado por Melanie Klein no caso Dick como hipótese de uma prática terapêutica. No percorrer os diversos modelos psicanalíticos de descrição sobre essa forma de comunicação, também, encontramos a ênfase nas funções materna e paterna como formas de ligações e relações que inserem o sujeito nos registros do Real, Imaginário e Simbólico, o modelo lacaniano. Lacan afirma que as fendas no Simbólico fazem o sujeito retornar e fixar-se num estado narcísico primitivo, como defesa ao excesso de experiência com a realidade, por isso o sentimento de desamparo parece mobilizar essas defesas. Diante do modelo discutido, a criança é um ser que necessita ser assumido pelo Outro, a mãe irá investir afeto e a introduzirá na linguagem, exercendo papel fundante nesse desenvolvimento, assim como o pai que fomenta o elo, a ligação que posiciona o sujeito nas relações com o mundo. Portanto, a criança na sua singularidade necessita ser acolhida pelo analista que nomeará seu sofrimento, irrompendo desse estado de estranhamento e isolamento no ego, fomentando o investimento no mundo externo.

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