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Endividamento nos dias atuais: fatores psicológicos implicados neste processo

2013
simoneartifon@hotmail.com
*Psicóloga pela Universidade de Passo Fundo (Brasil). **Professora Mestre Titular I do curso de Psicologia da Universidade de Passo Fundo (Brasil)

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Endividamento nos dias atuais: fatores psicológicos implicados neste processo

A proposta deste estudo foi investigar os impactos psíquicos relacionados ao endividamento nos indivíduos, buscando entender o que leva os mesmos a contraírem dívidas, e quais seriam os efeitos do endividamento no cotidiano destas pessoas e em seu bem-estar psicológico. Além disso, busca-se conhecer os conceitos da Psicologia Econômica e sua aplicabilidade no universo do trabalho do psicólogo. Portanto, tratou-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório. Contou-se com a participação de seis sujeitos maiores de idade, sendo cinco do sexo feminino e um do sexo masculino, que contraíram dívidas significativas em relação aos seus ganhos financeiros. O instrumento para a coleta de dados foi uma entrevista semiestruturada, com perguntas abertas. A entrevista foi aplicada individualmente a cada um dos sujeitos, e os procedimentos relacionados à ética da pesquisa com seres humanos foram respeitados. Os dados levantados indicam que: os participantes contraíram dívidas através da facilidade do crédito, induzidos por acidentes pessoais e problemas de saúde, entre outros. O endividamento não é resultado de um fato isolado, contudo, a aquisição de novas dívidas, prioriza o consumo de itens supérfluos, o que evidencia a existência de fatores simbólicos no ensejo por comprar bens de consumo trazendo valor ao eu. Além disso, verificou-se que as dificuldades econômicas potencializam problemas de cunho emocional, interferindo significativamente em diversos aspectos da vida dos sujeitos. O descontrole financeiro e o endividamento não dependem diretamente da renda mensal do indivíduo, mas refletem os apelos exacerbados da sociedade de consumo, de modo a denotar que este comportamento financeiro não pode ser explicado por um viés de racionalidade, pois nele interferem aspectos psicológicos a e culturais.

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