As torcidas organizadas referem-se a grupos compostos de torcedores, que elegem a bandeira de determinado clube esportivo, um deles o futebol como aqui será abordado. Essa organização representa socialmente o posicionamento e “voz” de determinado time de futebol, estabelecendo ritos, símbolos e uma cultura própria que ultrapassa a sistemática convencional de jogos futebolísticos, retratando-se na vida cotidiana através da intensa violência, fazendo-nos perceber que o conceito aplicado, sobre torcidas organizadas, ao longo do tempo perdeu sua significação. Neste estudo, a violência expressa por esses grupos será compreendida a partir de um fenômeno grupal, surgindo assim o objetivo do estudo: compreender o fenômeno da violência produzida pelo ser humano quando inserido em grupo e como se dá essa relação. A relação do sujeito com o grupo, será o ponto central do estudo, pois a violência é uma característica inerente ao humano e o grupo é o local onde as expressões podem ser exercidas com liberdade, onde o grupo possui influência, sobre um indivíduo em particular, fazendo com que este perca sua identidade e passe a repetir as ações, designadas e instituídas, a partir dos valores carregados pelo grupo. Para este fim, foi utilizada a abordagem de pesquisa qualitativa, mediante o método bibliográfico e descritivo. O estudo surgiu mediante a escassez da psicologia em posicionar-se sobre a temática, juntamente com a afinidade com disciplinas associadas aos fenômenos grupais e culturais, como psicologia social e psicanalise. Busca-se contribuir para o campo da psicologia a partir de subsídios teóricos-metodológicos de forma reflexiva, como também interventiva, posto que neste estudo será mencionada a estruturação do sujeito em grupo. Além disso, busca-se impactar a sociedade sobre esse fenômeno, de forma que esta altere a percepção de torcidas organizadas sob a ótica do vandalismo, visualizando estas organizações sob um ponto estrutural e constitutivo, que pode ser alterado.

 Ler texto integral em PDF