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O impacto da violência intrafamiliar no desenvolvimento psíquico infantil

2018
claudiaparra@uol.com.br


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O impacto da violência intrafamiliar no desenvolvimento psíquico infantil

Este estudo aborda a temática da violência intrafamiliar e os aspectos psicológicos nela envolvidos, em especial no quesito transgeracionalidade. Falar de um contexto amplo como o da violência intrafamiliar é uma experiência que costuma ter uma série de repercussões, pois nessas situações, não é apenas a pessoa agredida que sofre, mas todos os membros da família que convivem direta ou indiretamente com a violência. Foi pensando na questão de como um fato vivenciado hoje pode gerar danos e consequências para as gerações vindouras, que buscou-se o tema envolvendo compreender o fato – violência intrafamiliar através dos conceitos da psicologia do desenvolvimento, social e familiar. Objetivamos verificar quais prováveis causas da violência, os comportamentos e consequências que podem ser relacionados a ela, considerando principalmente os aspectos psicológicos do sujeito agressor e das vítimas. Procuramos elencar quais fatores colaboram para a recorrência da violência no âmbito familiar e quais as possíveis dificuldades que possam estar interferindo nas ações já criadas e em andamento para diminuir este problema social. A seleção de trabalhos para esta revisão foi feita com base em pesquisa bibliográfica. Diariamente crianças e adolescentes vêm sendo submetidos, em seus próprios lares, a condições adversas, o que refletirá em prejuízos no seu desenvolvimento. Entendem-se como fatores de risco ao desenvolvimento infantil todas as modalidades de violência doméstica, a saber: a violência física, a negligência e a violência psicológica, sendo que a última inclui a exposição à violência conjugal e a violência sexual. Como consequências da violência psicológica a literatura destacou prejuízos nas seguintes áreas: pensamentos intrapessoais (medo, baixa-estima, sintomas de ansiedade, depressão, pensamentos suicidas), saúde emocional (instabilidade emocional, problemas em controlar impulsos e raiva, transtorno alimentar e abuso de substâncias), habilidades sociais (comportamento antissocial, problemas de apego, baixa competência social, baixa simpatia e empatia pelos outros e criminalidade), aprendizado (baixa realização acadêmica, prejuízo moral) e saúde física (queixa somática, falha no desenvolvimento, alta mortalidade) e a transgeracionalidade da violência. Neste contexto o suporte social tem uma especial importância na compreensão de seu funcionamento psicológico e as intervenções devem promover o repertório da habilidade de resolução de problemas e aumentar a autoestima. Em tempos difíceis, a compreensão e construção de forças e virtudes tornam-se urgente, pois funcionam como um para-choque das desordens psicológicas e a chave para a construção da resiliência.

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