A dissociação é um fenômeno complexo, com múltiplas definições e várias possibilidades de surgimento nos seres humanos. Desse modo, uma pesquisa sobre a dissociação e sobre as diferentes formas com as quais ela pode se apresentar nos indivíduos pode contribuir para uma maior clarificação a respeito desse fenômeno, e, consequentemente, ampliar a concepção que se tem sobre ele. Entende-se que se trata de um conceito de grande relevância para a pesquisa científica, visto que o mesmo é descrito em diferentes campos do conhecimento psicológico. Esta pesquisa se propôs a investigar a dissociação ou os tipos de dissociação através de entrevistas realizadas com três psicanalistas e dois psiquiatras, com o objetivo de compreender melhor o fenômeno, identificando as formas nas quais ele está presente no contexto clínico, verificando sua frequência, procurando evidenciar exemplos de manifestações da dissociação comuns aos indivíduos, assim como formas de tratamento e técnicas utilizadas para lidar com tais situações. Após a aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP, o pesquisador selecionou de forma conveniente psiquiatras e psicanalista de acordo com o tempo de experiência profissional e disponibilidade de cada um para entrevistas individuais de duração aproximada de 60 minutos. As entrevistas foram feitas de acordo com princípios éticos estabelecidos na resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúdem (CNS), que incluía garantias de direitos inerentes aos participantes e que foram documentadas em um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) apresentado e assinado por cada profissional. As entrevistas foram gravadas e transcritas para análise. A análise dos dados coletados nas entrevistas foi feita de forma sistemática, sendo dividida em três passos: a pré-análise; a exploração de material; o tratamento dos resultados, as inferências e as interpretações, voltando-se para os objetivos propostos na pesquisa. Após a análise, os resultados obtidos foram articulados com a literatura encontrada. Concluiu-se que o termo dissociação não possui uma definição única e clara; que o fenômeno se dá de diversas formas; que a frequência da dissociação varia de acordo com sua concepção entre os profissionais, mas invariavelmente há alguns tipos de negligência relacionadas ao fenômeno; os tratamentos e/ou as técnicas utilizadas para lidar com a dissociação variam de acordo com os profissionais que lhes recomendam.

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