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Teste de um modelo preditor de Interesses e Segurança em individuos do género masculino, na adultez, na meia-idade e na velhice

2005
teresadevesamalzbender@gmail.com
Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), Portugal

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Teste de um modelo preditor de Interesses e Segurança em individuos do género masculino, na adultez, na meia-idade e na velhice Nova página 1

O presente trabalho tem como objectivo o estudo transversal dos valores humanos em 153 indivíduos do género masculino pertencentes a três coortes etários distintos, correspondendo cada um deles a um período desenvolvimental específico. O primeiro período abrange o fim da juventude e o início da adultez (20-28 anos), o segundo a meia-idade (45-53 anos) e o terceiro e ultimo a velhice (65-80 anos). Estas três faixas etárias foram comparadas entre si seguindo a teoria de valores de Schwartz (1990, 1992). Foi utilizado como instrumento um questionário baseado no questionário de valores de mesmo autor (1990), já validado para a população portuguesa por Menezes e Campos (1991). Foi elaborado um modelo preditor de interesses e segurança, que foi testado através do programa LISREL8 – SIMPLIS. Procurou-se verificar se existia uma predominância de interesses individuais nos sujeitos mais novos e de interesses colectivos nos mais velhos, bem como uma necessidade de segurança acrescida por parte destes últimos. Para explicar estas diferenças foi tida em conta a fase do ciclo de vida em que os indivíduos se encontravam bem como o acontecimento histórico, (25 de Abril de 1974) que marcou indubitavelmente de forma mais directa as gerações mais velhas. Considerou-se, paralelamente a este acontecimento histórico, o crescimento económico que se sabe estar relacionado com o individualismo e com uma menor preocupação relativa às questões da segurança (associa-se às gerações mais novas). Procurou-se averiguar o efeito da posição social no tipo de interesses, considerando que uma posição social mais elevada teria associados interesses de natureza mais individualista. Após a testagem do modelo verificou-se que apenas na comparação entre os mais jovens e os mais velhos e na comparação entre os indivíduos de meia-idade e os idosos existia um efeito da idade sobre a segurança, no sentido positivo, e um efeito do individualismo sobre a segurança, também no sentido positivo, em todas as comparações. Constatou-se ainda uma relação entre grupo e individualismo nas comparações entre jovens com a meia-idade e idosos. Para explicar os resultados foi dada ênfase à importância da carreira profissional na vida do homem. Não se constatou nenhuma associação entre posição social e individualismo. Verificou-se ainda uma covariância positiva entre individualismo e colectivismo. Neste trabalho visou-se também discutir os resultados obtidos confrontando-os com os dos estudos de Amado (2004) e de Amado, Diniz & Devesa (2004).

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