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Inconsciente: Freud versus Jung

2009
carolina_careta@hotmail.com
Psicóloga clínica e escritora.

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Inconsciente: Freud versus Jung

Devido às suas descobertas, Freud foi nomeado “Pai da psicanálise”, sendo a principal fonte foi a origem do inconsciente.

Ao longo de sua trajetória de estudos sobre o assunto, houve conflitos referentes a idéia original. Gerando polêmicas, mas também proporcionando grande avanço para a psicologia moderna.

Como exemplo, temos Jung, onde após uma parceria com Freud tanto pessoal quanto profissional, vieram as desavenças. E seu principal motivo foi as divergências de idéias, principalmente no que se diz respeito a sexualidade.

Enquanto Freud lutava para as explicações de origem sexual criando uma linha de teoria, Jung discordava da grande maioria e seguia uma linha alternativa de pensamentos denominado “transpessoal” , o que Freud abominava, pois considerava uma linha do ocultismo.

Partindo dessa rivalidade visível existentes até hoje entre psicanalistas e analistas, é interessante e de importância que busquemos raízes interpretadas nas diversas teorias concretizadas entre esses dois seres de “grande estirpe”.

Segundo Freud (1996) o psiquismo é formado por estruturas denominadas: id, ego e superego, sendo organizadas no consciente e/ou no inconsciente.

Para ele o homem nada mais é do que uma marionete nas mãos de seus desejos e pulsões, tais ocasionadas pelos instintos primitivos localizadas no Id, de forma inconsciente.

Boa parte dos conflitos de seus pacientes ele considerava de origem sexual focalizando a psique humana no fator sexual (erótico). Sendo a origem desses conflitos através da incompatibilidade dos desejos imorais do inconsciente e as tendências morais do consciente. (Freud, 1996).

Antes de Freud, o inconsciente não era nada além de dúvidas ao que se diz respeito sobre os impulsos e os instintos. Não sendo compreensível que o homem fosse controlado por forças internas, quase nada exploradas pela ciência naquele tempo.

Mas para Freud (Marie-Louise, 1992) o inconsciente era apenas pessoal, mantendo sua individualidade psíquica, onde cada ser humano detém seus próprios conteúdos reprimidos, geralmente marcadas na infância, abalando o equilíbrio da consciência.

Já para Jung (1998), não tinha como principal preceito a etiologia sexual, e foi o criador da psicologia analítica, tendo sua base frente às produções culturais da coletividade humana.

E no interior dessas produções culturais estão os grandes pintores, escultores, escritores e poetas, onde através de uma fonte de inesgotável poder criador: a Libido, são capazes de confeccionar grandes obras de destaque e renome.

Cada escolha, experiência, sonho, realidade ou fantasia possuem um número imenso de interpretações. Onde cada representação possibilita uma interpretação pessoal, sendo própria de cada indivíduo ou da coletividade, representada pela cultura de vários povos.

Ainda para Jung (1998) o inconsciente é caracterizado em duas camadas. O primeiro é o inconsciente pessoal, onde é mantida a toda a experiência pessoal de cada pessoa. Podendo essas se tornarem reprimidas, esquecidas ou ignoradas. Ou também há casos de experiências muito fracas demais para chegarem a consciência.

A outra camada é o inconsciente coletivo, sendo uma área mais profunda da psique.Ela é remontada na infância através de restos das vidas dos antepassados. Nele está contido os instintos juntamente com as imagens primordiais denominados arquétipos, herdados da humanidade.(Jung,1998).

Ou seja, muitas das estruturas que constitui os seres humanos são herdado de seus ancestrais, e com o tempo são transformados, juntamente com as revoluções de idéias, tecnologia e inovações, mas nunca perdendo a essência e suas raízes.

E apesar de todo o avanço da humanidade, não devemos deixar de agradecer essas duas figuras ilustres que foram Freud e Jung, cada um com suas devidas considerações e peculiaridades, que muito ajudaram a essa revolução de pensamentos. Eles que envoltos em uma vida de batalhas travadas por aquilo que acreditavam e defendiam diante de todas as críticas, escândalos e indignações de um povo: como por exemplo, a sexualidade infantil descoberta por Freud ou como a primeira dissertação de Jung sobre uma jovem médium.

Ambos tiveram sua importância e nos dias atuais suas teorias são respeitadas, exploradas em um grau mais profundo, obtendo maior entendimento pelas pessoas e estudiosos.Sendo que boa parte da humanidade em algum momento de suas vidas já ouviram os respectivos nomes de Freud e Jung ou já ouviram falar de alguma de suas teorias, que permanecem ao longo dos anos e cada vez mais são defendidas e aprimoradas.

 

BIBLIOGRAFIA

VON FRANZ, Marie-Louise. Reflexos da alma. São Paulo. Cultrix, 1992.

JUNG, C.G. A dinâmica do inconsciente. 3ª ed. Ed. Vozes.Petrópolis,1998.

FREUD, Sigmund. Edição Standard Brasileira das obras Psicológicas completas de Sigmund Freud. Vol.1. Editora Imago. Rio de Janeiro,1996.