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A satisfação sexual e coping em mulheres mastectomizadas

2014
andregoncalves8686@gmail.com
Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde pela Universidade Católica Portuguesa. Licenciado em Psicologia pela Universidade Católica Portuguesa. Dissertação de investigação apresentada para obtenção do grau de Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde, confer

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A satisfação sexual e coping em mulheres mastectomizadas

O cancro é uma doença temida por todos, apesar dos avanços da ciência e diminuição do número de mortes devido a esta doença. Apesar da sua natureza biológica e genética, encontramos referenciado na literatura a sua componente também psicológica. Neste sentido, nos fatores psicológicos associados ao cancro, o objetivo deste trabalho consiste em avaliar a satisfação sexual e o coping nas mulheres diagnosticadas com cancro de mama mastectomizadas, com vista a conhecer o seu papel na adaptação a esta condição. Trata-se de um estudo quantitativo, correlacional, transversal com uma amostra de 43 mulheres, de um hospital central da zona norte de Portugal. Dos resultados apurados verifica-se que as participantes apresentam resultados satisfatórios ao nível sexual, sendo que todos os domínios apresentam scores superiores à média da subescala. Os valores mais elevados foram os do domínio do relacionamento em geral e o resultado mais baixo, apesar de ainda ser superior à média, foi no domínio do relacionamento sexual. Relativamente aos resultados do questionário de coping constatamos que os domínios com resultados mais elevados são o da religião e o da aceitação e os menos elevados são o uso de substâncias, o desinvestimento, a auto-culpabilização e utilizar suporte instrumental. Quando analisamos as diferenças entre as participantes submetidas a mastectomia parcial e total não encontramos diferenças significativas ao nível da satisfação sexual. Por sua vez, no que respeita às dimensões do Cope apuramos diferenças significativas apenas ao nível da expressão de sentimentos. Da análise das associações entre as variáveis satisfação sexual e coping, na amostra em geral, constatamos que quanto mais elevada a confiança, a autoestima e o relacionamento em geral mais elevada a subescala humor do coping. Encontramos ainda associações entre as variáveis tendo em conta as participantes que foram submetidas a mastectomia parcial e total, sendo que as primeiras apresentam uma associação positiva entre confiança e humor. Por sua vez, nas utentes que foram submetidas a mastectomia total apuramos associações negativas entre confiança e desinvestimento, entre autoestima e auto-culpabilização, negação e desinvestimento e entre o relacionamento em geral e desinvestimento. Por fim, ao nível da variação dos resultados em função das variáveis sociodemográficas apenas encontramos diferenças significativas entre as mulheres mais novas e mais velhas ao nível da satisfação sexual e da estratégia de coping “religião”. Espera-se que esta investigação seja um contributo a nível de conhecimentos na área de saúde, relativamente à temática do cancro da mama.

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