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Um olhar juspsicológico sobre a violência, maus-tratos e abusos na «idade maior»: programa de prevenção

2010
m.manuela.matias@seg-social.pt
Mestre pela Faculdade de Psicologia da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (Portugal)

Tese de mestrado

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Um olhar juspsicológico sobre a violência, maus-tratos e abusos na «idade maior»: programa de prevenção

Na Antiguidade o estatuto de prestígio adquirido pelos mais velhos era baseado na sua experiência e sabedoria. Contudo, na sociedade contemporânea, a memória e a cultura do ancião têm sido aniquilidas, tendo sido atribuído à idade maior um papel desvalorizador, levando os idosos a internalizar a ideia de que estão ultrapassados, desactualizados e que o seu prazo terminou. A acrescentar a esta forma de discriminação somam-se diversos tipos de violência exercidos sobre os mais idosos, o que contribui para aumentar a diminuição de auto-estima, levando-os a estados de depressão e potenciando a desesperança e perda de interesse pela vida. Concomitantemente, para além dos sintomas psicológicos referidos, as consequências mais graves dos maus-tratos parecem encontrar-se em sentimentos de culpa e negação das ocorrências. Sabe-se que a vítima é frequentemente do sexo feminino, com mais de 75 anos de idade e vive com familiares. O perfil é habitualmente de uma pessoa passiva, complacente, impotente, dependente e vulnerável. Essas características, unidas à incapacidade física e emocional, levam a que o idoso se torne incapaz de denunciar uma situação abusiva. Costumam ser pessoas solitárias e isoladas, que podem apresentar depressão e uma baixa auto-estima, reforçada por sentimentos de culpa e vergonha (Guccione, 2000). O programa de prevenção desenhado no culminar deste trabalho de investigação, procura enfatizar a importância de trabalhar no sentido de detectar sinais de violência contra os idosos e assenta no estabelecimento de estratégias para combatê-la, com base nos indicadores apresentados, quer ao nível das vítimas como dos potenciais abusadores. Para que esse processo de informação e de acções se dissemine pela sociedade, torna-se necessário explicar às comunidades e aos agentes públicos, proteger as pessoas idosas e estimular as autoridades responsáveis a agir adequadamente, de forma a que os cidadãos não tenham medo de denunciar qualquer situação de violência ou maus-tratos praticados contra o idoso.

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