A interacção humana, por oposição à agregação, ocorre em grupos face-a-face. A “teoria de sociabilidade” propõem que esses grupos têm uma estrutura hierárquica, que consiste de algumas variações básicas ou “configurações essenciais”. Estas funcionam na coordenação do comportamento humano e são repetidamente reunidas, de geração em geração, na ontogenia humana e na vida diária. Se grupos face-a-face são “o ambiente natural da mente”, então deveríamos esperar que os sistemas mentais humanos correlacionassem com as configurações essenciais. Características dos grupos que surgem de forma transgeneracional poderiam oferecer um paradigma descritivo para hipóteses evolutivas testáveis e não intuitivas sobre processos sociais e cognitivos. Este artigo aborda três tópicos centrais na teoria da socialização, correspondendo aos interesses de biólogos, psicólogos e cientistas sociais. Estes são (1) visão do Darwinismo de múltiplos níveis de selecção, em parte selecção de grupo, em parte teoria de sistemas desenvolvimentais; (2) aspectos estruturais e psicológicos repetidamente reunidos, concretamente coordenação face-a-face situada e (3) supra-ordenação, coordenação “não situada” ao nível de sociedades de larga escala. A teoria de sociabilidade prevê uma tensão, talvez não resolúvel, entre a construção social do conhecimento, que facilita a coordenação intragrupos e a negociação do habitat, que requer alguma correspondência com contingências em situações específicas. Esta tensão é relevante para debates sobre realismo científico, construtivismo e relativismo na filosofia e sociologia do conhecimento.