Este artigo sugere uma nova interpretação das influência eferentes na actividade receptora sensorial e do papel dos sentidos na formação do conhecimento. Dados experimentais e uma experiência pensada sobre um organismo hipotético, somente motor, sugerem que os sentidos não são transmissores de informação ambiental; no entanto, criam uma ligação directa entre o organismo e o ambiente que torna possível um sistema organismo-ambiente dinâmico. Neste sistema, influências eferentes na actividade receptora são especialmente críticas, porque com a sua ajuda os receptores podem ser ajustados em relação às partes do ambiente que são mais importantes para se conseguir resultados comportamentais. A percepção junta novas partes do ambiente ao sistema organismo-ambiente; assim o conhecimento é formado pela percepção através da reorganização (alargamento e diferenciação) do sistema organismo-ambiente em vez de por intermédio da transmissão de informação do ambiente. Com a ajuda dos efeitos eferentes nos receptores, cada organismo cria o seu mundo particular. Estas considerações têm implicações no trabalho experimental na neurofisiologia e fisiologia da percepção assim como para a filosofia da formação do conhecimento.