O treino mental no desporto é, por definição, a prática habitual de determinadas capacidades psicológicas como estratégia para lidar com situações desportivas, tanto em treinos como em competições.

Para optimizar a sua eficácia e alcançar o melhor resultado, é necessário passar por todo um processo de habituação progressiva que só se vai conseguindo com a prática reiterada.

Esta técnica foi estudada com grande interesse especialmente nos países do leste europeu a partir dos anos 60. Estes países com grande tradição no que respeita à Psicologia Desportiva, adjudicam-lhe um importante papel especialmente no que diz respeito à selecção prévia, ao treino e à preparação do desportista.

Foi especialmente na União Soviética, daquela altura, que o estudo relativo ao treino mental teve a sua origem, mais precisamente no denominado programa espacial soviético. Os cientistias soviéticos estudaram com grande êxito a possibilidade de fazer uso de diversas técnicas para treinarem os astronautas no controle de processos psicofisiológicos durante a sua permanência no espaço. Através deste processo, denominado Treino de Auto-regulação Psicológica, pretendiam o controle voluntário do funcionamento corporal como seja a temperatura corporal, a tensão muscular, a taxa cardíaca, as reacções emocionais face a situações stressantes, como a ausência de gravidade, a clausura, etc.

Adaptadas estas técnicas e experiências de auto-regulação psicológica às necessidades desportivas, assistiu-se a importantes vitórias dos atletas soviéticos e germano-orientais nas Olimpíadas de 1976. Estamos a falar do treino autógeno, da representação mental da imagem, da elaboração de pensamentos positivos, pela concentração no que se deseja que suceda em contraposição com aquilo que não se pretende que ocorra.