Objectivo

O objectivo do estudo foi a análise da relação entre o rendimento académico, os sintomas depressivos, a idade e o género numa amostra de adolescentes de escolas públicas e privadas de Granada.

Sujeitos e método

Trata-se de um estudo exploratório e transversal. Os sujeitos do estudo foram avaliados mediante a administração do Children’s Depression Scale (CDS; Lang e Thisher, 1978) e para a análise do rendimento escolar foram consideradas as classificações obtidas no final do ano. Para além disso, recolheu-se informação sobre a idade, o género e o tipo de escola. A amostra foi composta por 264 sujeitos entre os 12 e 16 anos de idade, dos quais 123 (46 %) eram do género masculino e resto do feminino.

Resultados

A presença de sintomas depressivos apresentou uma relação estatisticamente significativa com o pior rendimento escolar. Verificaram-se diferenças de género em tal relação, as quais mostram que as raparigas apresentam uma relação linear, isto é, quanto mais sintomas depressivos, pior o rendimento académico. Os sujeitos mais velhos apresentam mais sintomas depressivos do que os mais novos ainda que este aumento seja devido exclusivamente ao contributo do subgrupo de raparigas com mais de 15 anos. Não foram observadas diferenças significativas entre as variáveis estudadas com relação ao tipo de escola.

Discussão

Os nossos dados parecem confirmar a importância que o contexto escolar e, em concreto, a avaliação sistemática do rendimento académico têm a nível do despiste, detecção precoce e tratamento de transtornos depressivos na adolescência. Seria importante confirmar mediante outros estudos se as mulheres com mais de 15 anos com um rendimento académico deficiente constituem um subgrupo de alto risco de depressão. Corroborar se os 15 anos são a idade aproximada a partir da qual as raparigas começam a manifestar mais sintomas depressivos do que os rapazes traria novos dados que, por sua vez, permitiriam estabelecer hipóteses etiopatogénicas.