Realizou-se um estudo transversal descritivo com métodos qualitativos e quantitativos, a fim de determinar a percepção sobre a qualidade de vida apresentada por dois grupos populacionais de níveis sócio-económico e cultural diferentes: “La Timba” e “Litoral-Malecón”, residentes na área de saúde do Centro Comunitário de Saúde Mental “Plaza”, na província Cidade de Havana, Cuba. Para desenvolver a investigação foram aplicada a técnica de grupos focais e o questionário WHOQOL-BREF. A amostra compôs-se de 30 pessoas de cada uma das áreas de residência, as quais foram subdivididas em três subgrupos etários: 21-40 anos (jovens adultos), 41-59 anos (adultos médios) e 60 anos ou mais (adultos maiores).

Ambas as populações estudadas coincidiram quanto aos factores que mais influenciam a sua qualidade de vida. Estas diferenciaram-se apenas quando o primeiro grupo considerou elementos como a habitação, o ambiente físico e a lei de segurança social, enquanto que o segundo grupo enfatizou a educação de valores espirituais. Foram encontradas diferenças em função das idades. O conceito de qualidade de vida não apresentou diferenças em função da área de residência: foi definido em termos de bem-estar, satisfação, desfrute, alegrias, expectativas e felicidade percebida; não obstante, relativamente à idade, cada grupo teve as suas particularidades. A percepção da qualidade de vida mostrou-se semelhante em ambas as áreas de residência (predominando os níveis médio e alto) e segundo a idade, na medida em que as pessoas mais idosas apresentavam uma pior percepção da qualidade das suas vidas.