Há muitas dúvidas, mistérios e superstições envolvidas nas experiências e emoções vividas pela mãe gestante na formação da personalidade da criança. Nossos avós intuitivamente já percebiam e reconheciam as influências em relação ao estado de ansiedade materna e o medo sobre o bebê.

Durante certo período da história humana, valorizou-se muito tudo aquilo que podia ser concreto (visto, tocado, verificado) o que livrou a Medicina de superstições, instituindo-se um modelo científico de investigação dos fenômenos humanos. Por outro lado, esse cientificismo, por estar aprisionado ao sensorial, fez-se acompanhar de uma suspeita irracional de tudo o que não pudesse ser medido, pesado, verificado a luz da ciência empírica. Nesse mundo racional, os sentimentos e as emoções eram vistos como algo enganoso, místico, religioso, ou nas mais favoráveis considerações como uma visão poética ou romântica.

Com as descobertas de Freud por volta do início do século XX, trouxeram novas concepções sobre os fenômenos humanos imprecisos e invisíveis, através do estudo dos sonhos, dos atos falhos, das emoções (estudo sobre a histeria) e da sexualidade.

Acreditavam que o feto e a criança recém-nascida, até 2 ou 3 anos, não experimentavam emoções, consideravam que a personalidade não tinha se desenvolvido o suficiente para algum tipo de relação com o mundo. Freud demonstrou que esta observação não tinha mais sentido, mesmo porque tanto os bebês como as crianças não só sentiam o que acontecia em a sua volta, mas tinham uma sexualidade latente. Demonstrou também que as emoções afetavam a saúde física, o que fez surgir à noção de doenças psicossomáticas.

Nos anos 60, com o advento das tecnologias em obstetrícia, foi possível estudar o bebê no útero, e tornou-se incontestável a evidencia fisiológica de que o feto ouve, tem sensações, faz experimentações, reage ao estresse, defende-se, tem medo, sente-se vivo. Portanto o bebê é um ser emocional, intelectual e fisicamente mais capacitado do que imaginávamos.