Apresentamos neste artigo as implicações filosófico-educacionais presentes na tradição cultural do Ocidente, a partir do período medieval, mais precisamente da modernidade. A história da cultura ocidental revela-nos que a educação sempre esteve intimamente vinculada à teoria produzida, tanto no âmbito da Filosofia, como no das ciências humanas em geral. Analisando o conceito da criança na filosofia e história, à partir da idade média, fomos explicitando as relações com a Pedagogia e mostrando como a Educação foi e continua sendo, marcada pelo pensamento de seu tempo.
Através dessa digressão histórico-filosófica pudemos rastrear as vicissitudes de nossa cultura ocidental na formação do pensamento moderno e na passagem para o contemporâneo e a forma como determinaram as relações entre subjetividade, infância e pedagogia.
Ao longo dessas reflexões fomos estabelecendo com precisão o objeto de nosso interesse: a Escola e sua função, a educação. Concluímos que essa instituição, sendo uma construção eminentemente subjetiva, ainda que social e cultural encontra-se ancorada num grande equívoco do pensamento ocidental: a busca pelo SER ideal. Finalizamos nosso artigo buscando responder, com base na psicanálise, a seguinte questão: Se esse ideal é inalcançável, o que se pode esperar das crianças?

Palavras-chave: criança, escola, fracasso escolar, história e filosofia da educação, cultura, psicanálise