Neste artigo, problematiza-se a produção das estatísticas criminais em geral. Defende-se que os dados oficiais não reflectem a verdadeira dimensão do crime – o que é mais evidente em determinadas ocorrências, nomeadamente nos crimes sexuais. Depois, analisa-se a corrupção. Procura-se saber por que razão o fenómeno da corrupção é praticamente irrelevante nos dados empíricos e na justiça penal portuguesa, ao ponto de ser apropriado falar da “invisibilidade” deste delito. Explora-se o conceito de “crime invisível” aplicado aos chamados “crimes de colarinho branco”. À falta de dados quantitativos – aliás, comum a outros países -, examinam-se e discutem-se os métodos alternativos de medir e apreciar a ocorrência de práticas de corrupção.

Palavras-chave: crime, crime invisível, estatísticas criminais, corrupção