A percepção subjectiva de bem-estar pessoal e qualidade de vida dos doentes com lúpus, além de ser condicionada pelo peso físico da doença e da sua potencial gravidade é, também, susceptível de ser altamente influenciada por variáveis psicossociais como as estratégias de coping e o suporte social. O objectivo da presente investigação é analisar o impacto do suporte social e estratégias de coping sobre a percepção subjectiva de bem-estar e qualidade de vida dos doentes com lúpus. Por outro lado é, também, objectivo desta investigação, a identificação das principais estratégias de coping vivenciadas pelos doentes com lúpus. Foi avaliada uma amostra de conveniência de 88 sujeitos com lúpus, dos quais 95,5% do sexo feminino e 4,5% do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 16 e os 73 anos (M= 44,7 anos; DP= 14,38).

Os resultados sugerem que os doentes provenientes do meio urbano utilizam mais estratégias de coping orientadas para a tarefa, percepcionando-se, também, como tendo uma qualidade de vida física, ambiental e global superior aos doentes com lúpus provenientes do meio rural. De uma forma geral, os resultados são consistentes no que se refere ao efeito protector do suporte social, verificando-se que o grau de satisfação com o suporte social tem um papel crucial na percepção de qualidade de vida.

Verificou-se, ainda, uma forte relação positiva entre a percepção de qualidade de vida global e as estratégias de coping orientadas para a tarefa e para a diversão, constatando-se, no entanto, que a utilização de estratégias de coping orientadas para a emoção pressupõem uma menor qualidade de vida global para os doentes com lúpus. De um modo geral, os mecanismos de coping activos aparecem associados entre si e relacionados com o aumento da percepção de qualidade de vida.

Os resultados serão discutidos em função do impacto do suporte social e estratégias de coping na percepção subjectiva de bem-estar e na qualidade de vida dos doentes com lúpus.