No presente estudo, a aliança terapêutica é considerada em três dimensões (empatia, confiança e disponibilidade para a mudança) que vão ser estudadas através da análise do material projectivo (Rorschach) e do material clínico (sessões de consulta psicológica). Nesta investigação, é utilizado material clínico de dois pacientes, adolescentes, com graves alterações de comportamento, analisado com base no material trazido pelo sujeito às sessões de psicoterapia (observação e registo do discurso e comportamentos do sujeito) e do material resultante da aplicação do teste Rorschach. Verificámos que as três dimensões da aliança terapêutica se relacionam entre si e que a empatia parece ser a variável menos afectada na psicoterapia, seguida da confiança, uma vez que apesar da patologia apresentada, os pacientes vão revelando cada vez mais de si ao falarem das suas ideias, emoções e pensamentos na relação com o psicoterapeuta. A variável menos observada é a disponibilidade para a mudança, que remete para a capacidade de insight do sujeito, bem como a sua vontade de mudar. No entanto, mesmo na psicoterapia de pacientes com graves perturbações do funcionamento mental, apesar das grandes dificuldades do pensamento, estes pacientes conseguem estabelecer a aliança terapêutica e evoluir no seu percurso terapêutico.