A infecção pelo VIH, devido à sua relevante expressão epidemiológica, é uma preocupação social e de Saúde Pública significativa. A TARV veio contribuir para uma melhoria da qualidade de vida dos doentes, embora exija destes uma participação activa no processo de tratamento.

Assim, realizou-se o presente estudo com o objectivo de identificar eventuais determinantes de adesão à TARV. Neste sentido avaliaram-se 100 doentes, maioritariamente do sexo masculino (73%), com média de idades de 38,2 anos (± 10,3), sendo 93% infectados pelo VIH1 e 7% pelo VIH2.

Os resultados mostram que 68% dos doentes cumprem a TARV. A estrutura de apoio mais referenciada é a família. Dos doentes com relação afectiva com compromisso, 68% não partilharam a informação do diagnóstico, apesar de considerarem importante o rastreio. Sessenta por cento dos doentes tinham internamento prévio em Psiquiatria, com diagnóstico clínico predominante de toxicodependência. Um total de 26% apresentava score sugestivo de défice neurocognitivo. Relativamente a informação sobre a doença, observámos que os doentes têm poucos conhecimentos mas desejam estar melhor informados.

Este estudo permite-nos reflectir sobre as variáveis que condicionam o comportamento de adesão, verificando que a comorbilidade psicopatológica, a falta de informação sobre a doença e a dificuldade de adaptação à cronicidade da doença são factores influentes. Neste contexto devemos actuar para melhorar o comportamento de adesão e consequente optimização da qualidade de vida.