A perturbação mental tem vindo a tornar-se num objecto de estudo importante sugerindo uma maior probabilidade de infecção pelo HIV, pois a desorganização comportamental e a diminuição da capacidade de auto-controlo, implícitas a essas perturbações, são factores suficientes para promover um aumento do risco de infecção e de morbilidade. Os objectivos do presente estudo de carácter qualitativo e descritivo, são a caracterização da população de doentes seropositivos e com patologia mental encaminhados para a Consulta de Psicologia Clínica. Os resultados demonstram uma prevalência de doentes do género masculino (64%) com o modo de infecção sexual (85%) e comportamento sexual heterossexual (42%). Relativamente aos diagnósticos clínicos salientamos a prevalência de doentes com história prévia de depressão (27%), alcoolismo (15%), toxicodependência e distúrbio da personalidade (12%). A actuação multidisciplinar é uma estratégia de actuação necessária uma vez que promove condições que contribuem para o esbatimento da sintomatologia psicopatológica activa, diminuição de re-infecções, melhoramento da qualidade de vida dos doentes e aumenta a probabilidade do sucesso terapêutico.