O presente artigo é uma revisão bibliográfica a respeito da homossexualidade masculina e de sua visibilidade.Com base na referência da masculinidade como construção, procurou adentrar os mecanismos institucionais e culturais que fomentam o preconceito. Neste contexto, atribui-se à conduta homossexual “passiva” uma atitude revolucionária, uma vez que, contrária a maioria, heterossexual dominante e intolerante, esse ator social vivencia a própria singularidade do desejo homoerótico, diante do olhar público, refletidos de trejeitos ou afeminação. O interesse por este aspecto foi despertado pela afirmativa: “O buraco do meu cu é revolucionário”, do francês Guy Hocquengheim (1993), que fez eco com as falas dos michês jovens - cuja virgindade do ânus e o beijo na boca parecem ser preservados a todo custo -, na dissertação sob o título Faca de Dois Gumes: percepções da bissexualidade masculina em João Pessoa-PB, de Valdeci Gonçalves da Silva, mestrado em Sociologia da Universidade Federal da Paraíba, 1999. O estudo recorreu aos conceitos de “estigma” de E. Goffman; “deslizamento” de J. Derrida; “singularidade” de F. Guattari; “estranho” de Z. Bauman, e outros. Estes, de uma forma ou de outra, e com as devidas adaptações, ajudaram a esmiuçar as contradições e deturpações forjadas em relação à homossexualidade, em particular, a “passiva”. Uma conduta sexual intrigante que, talvez em virtude da necessidade de investigações, ainda, neste início do século XXI, é discriminada de maneira explícita ou velada. Enfim, constata-se de que sentimento homofóbico se presentifica na pós-modernidade, suscitando a razão da discussão temática aqui proposta.