As actuais exigências dos contextos de trabalho marcados pela competitividade, pela definição e realização de objectivos, pela flexibilidade, pela incerteza, pela avaliação de desempenhos… colocam novos desafios ao sistema pessoal e relacional dos trabalhadores, entre outros, saber lidar com situações complexas de turbulência e mudanças sistemáticas do contexto, com a sobrecarga de trabalho para atingir os objectivos definidos, com os conflitos de interesses que vão emergindo no grupo de trabalho, bem como com as regras e objectivos organizacionais. É da qualidade do clima psicossocial do contexto de trabalho que dependerá a qualidade de vida do sujeito e as suas representações de auto-eficácia como trabalhador promovendo uma participação activa e sentido de pertença à organização. Este trabalho pretende, face à escassez de investigação e evidências empíricas neste domínio de investigação no contexto português, estudar como o clima sócio-emocional/organizacional influencia ou não as percepções de auto-eficácia dos trabalhadores. Assim, a partir de uma amostra de 250 funcionários da administração pública, oriundos de várias organizações da região Norte do País, apresentam-se, em primeiro lugar, os resultados do impacto do clima sócio-emocional nas percepções da auto-eficácia profissional, para, num segundo momento, serem discutidos e atribuir-lhes significado psicossocial a partir da revisão da literatura. As conclusões obtidas neste estudo poderão subsidiar futuros desenvolvimentos de investigação e intervenção ao nível do desenvolvimento do sistema pessoal, da formação, da avaliação e da promoção do clima sócio-emocional no contexto de trabalho.