Este texto tem por objetivo realizar uma reflexão sobre velhos dilemas e novos desafios do mundo do trabalho. Pretende estudar a gestão da subjetividade nas empresas e em especial na indústria metal-mecânica. A constante rejeição da classe operária ao trabalho intenso e repetitivo (absenteísmo, boicotes e ‘greves selvagens’) tem gerado na história do capitalismo novas estratégias de gestão que buscam, permanentemente, a construção de um coletivo operário disciplinado e dócil. Com a crise do taylorismo-fordismo emerge, na metade do século XX, uma nova forma de administrar os ‘recursos humanos’ que, aliada ao crescimento da superpopulação relativa e da precarização do trabalho, contribui para o engajamento estimulado e o controle da conduta da classe operária. Essa forma de gerenciamento (o engajamento estimulado e a flexploração) transcende a fábrica e ‘invade’ várias organizações: prefeituras, escolas e universidades.