O estudo de variáveis de natureza psicológica requer instrumentos de avaliação que salvaguardem o rigor e a validade da informação recolhida. Ora, em Portugal, no que respeita à avaliação psicológica, é frequente o recurso a instrumentos estrangeiros relativamente aos quais não existem estudos conduzidos com populações portuguesas, o que levanta questões éticas e deontológicas delicadas. Sem que exista evidência empírica que sustente positivamente as características técnicas das provas na nossa população, não é possível afirmar-se que as provas são equivalentes às originais e que avaliam, adequadamente, aquilo que supostamente deveriam avaliar. Neste trabalho apresentam-se os resultados de um estudo preliminar, conduzido com populações portuguesas, relativo às qualidades metrológicas dos itens, consistência interna e erro padrão de medida, das provas Completar Frases, Selecção de Palavras, Analogias, Semelhanças, Figuras e Cubos do Teste de Inteligência Estrutural IST 70, Forma A 1. Face aos resultados apurados, parece poder concluir-se que os resultados das referidas provas, quando aplicadas a populações portuguesas, enfermam de uma clara falta de rigor e de validade, comprometendo qualquer inferência que possa ser formulada acerca do nível de aptidão dos sujeitos.