Reflexão teórica sobre famílias e violência usando como fontes literatura produzida nas áreas da Psicologia e Sociologia visando contribuir com ferramentas analíticas para a orientação do trabalho de psicólogos que atuam em instituições públicas de saúde com famílias que vivenciam violência privada. Trabalhar com famílias requer conhecer origens, tipologia, formas de tratamento e intervenção, políticas públicas e legislação no campo dos direitos humanos. Os Psicólogos realizar psicodiagnósticos processuais e não classificatórios e problematizar permanentemente a inter-relação com o contexto público em que as violências acontecem, pois consideramos que os atos públicos e privados estão imbricados mutuamente. Conclusão: A pesquisa-intervenção com famílias que vivenciam violência privada requer ações dialéticas: do estado, das próprias famílias e da sociedade civil organizada. No âmbito privado fomentar a construção de novos vínculos e dinâmicas afetivas para as famílias; reconhecer as identidades dos vários sujeitos e atores que as constituem; considerar o poder enquanto fluxo e as pessoas como outros livres da dominação e controle; renomear e ressignificar as praticas amorosas; sair da idealização prescrita pelo amor romântico; elaborar projetos coletivos que incluam a voz e o direito a escuta de todos os atores que convivem nos arranjos familiares; dialogar e redistribuir o poder para reduzir a violência privada e suas repercussões psicossociais.