Este texto caracteriza o amor como um fenômeno definitivo ou eterno, mesmo que seu objeto já não mais esteja presente. Tenta dissecar as nuances e entranhas desse sentimento que, na visão do mundo atual, tornou-se démodé. Porém, essa atitude de desqualificar o amor denota uma dificuldade de doação, em particular das gerações mais recentes, por vivenciarem o individualismo e o egoísmo de modo mais intenso. Assim, elege-se o corpo como instrumento fundamental e o inscreve no “imperativo do gozo”, em um contexto da consumação superficial e efêmera. Valoriza-se o gozo pela produção do gozo, mas não consegue tamponar a solidão e a angústia da existência, apesar desse ator social ter como base o referencial quantitativo do sexo vulgar e da promiscuidade.