O presente texto trás à tona a relação causa-efeito entre a cola (cabula para os portugueses) tão vulgarizada no ambiente escolar e a ética do cidadão a partir de um e-mail enviado ao autor com um pedido de ajuda, no qual uma recém-formada em psicologia quer saber como atender o seu primeiro paciente. Essa conduta denuncia a falta de compromisso da mesma quanto estudante e da negligência da agência formadora que lança no mercado de trabalho um profissional legalizado para sua função, mas sem a competência mínima para exercê-la. Certamente essa debutante da psicologia recorreu, num leque de tantas outras modalidades politicamente incorretas, a cola para conseguir seu diploma. Enfim, crianças e adolescentes que se utilizam dessa burla, quando chegam ao ensino superior e na vida adulta acham que ser desonesto é uma conduta natural, uma vez que aprenderam, por meio desse expediente, a obter aquilo que consideram vantajoso desde os primórdios do seu ingresso na escola.