O presente estudo bibliográfico mostra um panorama estatístico do suicídio no mundo e no Brasil, como fenômeno das sociedades depressivas da pós-modernidade. Destaca sua característica quase epidemiológica da Era contemporânea que atinge, sobretudo, adolescentes e jovens adultos, com estimativa de aumento alarmante para as próximas décadas. Chama a atenção do suicídio não somente como uma questão pessoal, particular, mas também como um sintoma de mal-estar social imbricado no contexto tóxico das sociedades, bem como do seu ideal de realização, quase sempre inalcançável, porém introjetado como essencial para sobrevivência do indivíduo. Um ideal cobrado por um superego tirânico sem chance de negociar seja porque esse projeto não foi atingido ou porque não alcançou um nível satisfatório. O texto procura ir um pouco além do saber já suscitado a respeito do suicídio, tenta esmiuçar os mecanismos psicológicos desencadeadores da ação suicida, fazendo uma correlação com a falta de amor, no seu sentido amplo, e com a perda da fé, não necessariamente religiosa, como abalo das pilastras de sustentação que dão sentido a vida.