O presente trabalho objetiva-se à reflexão crítica da importância conceitual da histeria na teoria das neuroses no que se refere especificamente ao arcabouço teórico da criação freudiana: a psicanálise e suas implicações enquanto modelo prototípico no campo transferencial em análise. Para tanto, foram levadas em consideração, principalmente, as concepções originais de Sigmund Freud acerca do desenvolvimento no tratamento psicanalítico da neurose histérica, a formulação de Jaques Lacan dos quatro discursos e, sobretudo, do discurso da histérica, bem como, as contribuições do psicanalista argentino Juan David Nasio sobre o tema, além da perspectiva de outros importantes autores contemporâneos. Ademais, o presente artigo é dividido, por questões didáticas, em subtemas que versam brevemente sobre pontos de interesse, no que se refere ao desenvolvimento conceptual em psicanálise da neurose histérica e sua relação com o mecanismo artificial da análise: a neurose transferencial ou, à maneira clássica, neurose de transferência, levando em consideração que tal mecanismo se constitui como condição básica para o tratamento de toda e qualquer neurose em psicanálise.