A velhice conforme apresentada pela literatura e entendida pela sociedade, carrega em si o significado de perdas, incapacidade, solidão e outros atributos depreciativos. O fato de o idoso residir em uma instituição colabora com uma visão mitificada sobre as condições psico-sociais relacionadas a esta população. Esta pesquisa objetivou conhecer e analisar a possível relação entre a institucionalização e a psicoafetividade do idoso, buscando identificar as vivências de lazer, a auto-percepção e os sentimentos dos idosos institucionalizados e dos não institucionalizados. Participaram deste estudo 40 idosos com idade entre 65 e 85 anos, sendo 20 institucionalizados e outros 20 idosos residentes com seus familiares. Contrariando as representações negativas sobre a velhice, os resultados indicaram que os grupos pesquisados experienciam suas condições atuais de forma positiva, revelando que, independente da condição de estarem institucionalizados ou não, a vivência de sentimentos positivos se sobrepõe aos negativos e os afetos como a alegria, a esperança e a coragem estão muito presentes em suas vidas. Este estudo revelou ainda que os idosos institucionalizados, em relação aos aspectos investigados, encontram-se em condições mais favoráveis daquelas que se referem aos idosos não institucionalizados. Conclui-se que a institucionalização não os comprometeu e que os estereótipos de incapacidade, fracasso, solidão e abandono que caracterizam a vivencia de albergamento merecem serem substituídos por uma imagem de idosos como seres ativos, preocupados com uma utilização mais proveitosa de seu tempo, capazes de construírem mudanças sociais que redefinam a experiência de envelhecimento e, acima de tudo como sujeitos de coragem e de esperança.