Este artigo teve como objetivo compreender o impacto das vivências no sistema prisional diante da subjetividade dos detentos, assim como identificar as estratégias utilizadas pelos detentos para manter sua subjetividade no sistema prisional e entender de que forma ocorre o processo de institucionalização, nesse contexto, também conhecido como prisionização. Foram entrevistados detentos da Cadeia Pública de Maravilha, localizada no oeste de Santa Catarina, e o critério previamente estabelecido foi que estes estivessem a mais de seis meses no sistema prisional e que fossem reincidentes. Metodologicamente, foi utilizada uma pesquisa qualitativa com análise de conteúdo de Bardin (2011), tendo como instrumento para coleta de dados uma entrevista semiestruturada. A partir da análise dos relatos dos participantes, pode-se perceber como o cotidiano prisional e seu funcionamento impactam negativamente a subjetividade dos detentos, porém, percebe-se que todas as estratégias possíveis são utilizadas para que o impacto seja menor tanto na subjetividade quanto no processo de institucionalização/prisionização, enfatizando a importância das relações com os demais detentos e o bom convívio. Eles exaltam também a importância que a família possui quando se deparam sem nenhum tipo de relação com o mundo externo.