O dado ensaio é norteado pelo saber psicanalítico, tendo como entrelaçamento o objeto perdido enquanto falta primordial. Como dissera Garcia - Roza (1998), o objeto do desejo para Freud é algo perdido, que desliza infinitamente numa cadeia marcada pela falta e que continua ausente, presente enquanto falta. Logo, não há do que se falar em construção na ordem do concreto que se oferece ao sujeito, mas sim, da ordem do simbólico. Já que, antes mesmo de ascender ao plano do simbólico, o desejo se realiza no plano do imaginário. Para tal discussão utilizou-se o filme o “Perfume”, sendo este uma adaptação do livro de Patrick Suskind. Neste ensaio, os desdobramentos se dão em três tempos: o primeiro, quando se supõe que a questão do olfato aguçado de Jean Baptiste seja uma substituição do “olhar materno”; o segundo tempo, ao qual estariam ligadas as questões do gozo, repetição e desamparo, tal qual a Psicanálise concebe; e o terceiro tempo, o olfato enquanto “lugar” no mundo.