Este artigo tem como objetivo compreender os aspectos reacionais dos enlutados e o processo de elaboração do luto na família. O estudo foi permeado por levantamentos bibliográficos, no que se refere a publicações e estudos já existentes em torno do assunto. É sabido que a perda de um ente querido pode gerar aspectos intensos reacionais, como tristeza, raiva, impotência, desamparo e também culpa. A magnitude dessa perda vai depender do vínculo estabelecido entre o enlutado e o suicida. Através do percurso traçado, observou-se que o suicídio é um fenômeno que pode contribuir para o desencadeamento do luto denominado "complicado". Neste tipo, verifica-se uma dificuldade extrema de aceitar a perda, impactando significativamente a vida do ser humano. Mesmo diante de uma perda, no mundo pós-moderno, o indivíduo sente-se impelido a retornar suas atividades cotidianas e mascarar os sentimentos como se nada tivesse acontecido. Todavia, viver o suicídio de uma pessoa amada é mobilizador de intensos sentimentos e se não houver cuidado, respeito e atenção, poderá nascer um espaço de sofrimento psíquico. Sendo assim, o acolhimento ao enlutado permite uma adaptação frente à perda. Respeitar o tempo e a maneira como cada sujeito lidará com a situação vivenciada são fundamentais, assim como a compreensão da experiência de quem perde alguém por suicídio. Considerou-se pertinente estudar este tema devido à necessidade da expansão do cuidado e ao enfrentamento desse problema de saúde pública, que vem afetando a qualidade de vida e o bem-estar social.