Nos últimos anos verificou-se um aumento nos casos de microcefalia decorrente do Zika Vírus, e consequentemente uma ampliação na discussão sobre a temática, no que diz respeito a métodos e estudos que buscam facilitar a vida da criança com esta questão. Um dos métodos utilizados, são as medicações, dentre elas, recentemente requerida pelo SUS, os anticonvulsivantes, que posto o próprio nome, busca atenuar as crises convulsivas. Porém, esta categoria de medicamentos, além de contribuir, traz uma serie de efeitos regressivos, devido sua atuação no rebaixamento das funções do Sistema nervoso simpático. O estudo surgiu, mediante uma vivencia em um estágio psicossocial, na instituição CERVAC, referencia no atendimento de crianças microcefálicas no Recife. Frente o relato de uma mãe, percebeu-se a intensidade de angustia e culpa presentes na mesma, ao ver sua criança regredindo sob o uso dessa medicação, o que torna esta regressão um fator desencadeante que potencializa um sentimento de culpa prévio, construído por diversas questões, dentre elas a normatividade social, do perfeito, normal e útil. Dessa maneira a mãe encontra-se regredida, devido o luto do objeto idealizado, apostando a posteriori, em toda forma de potencialização da criança, o que as mantêm presa ao dizer medico, mediante a idealização cultural do perfil profissional deste, concebido com o “dom da cura”. Por estas questões o objetivo deste estudo é: compreender o sentimento de culpa em mães de crianças microcefálicas sob os efeitos regressivos dos anticonvulsivantes. Para este fim, utilizou-se da pesquisa qualitativa mediante o método bibliográfico e estudo de caso. A partir deste referencial busca-se contribuir para a psicologia quanto ciência, como também para sociedade, para que esta venha a refletir sobre a forma que a cultura possui controle nos comportamentos sociais, regida pela construção de normatividades.