Este artigo tem por objetivo realizar uma reflexão a respeito dos desdobramentos históricos e teóricos do conceito de virtude, com base nos trabalhos de Comte-Sponville e outros teóricos no campo da filosofia e psicologia. Buscou-se também considerar as concepções mais atuais sobre o tema e traçar suas interlocuções no campo da moralidade e da formação da personalidade humana a partir dos trabalhos de Piaget e La Taille. Foram escolhidas para compor as discussões deste artigo três virtudes, a saber: a coragem, a justiça e a generosidade. A escolha por estas deu-se por ocuparem lugar de destaque nas pesquisas na área da psicologia moral ao longo dos anos. Concluiu-se que as virtudes são aspectos essencialmente humanos que agem como organizadores do pensamento, surgindo como motivadores das ações em favor dos outros. As virtudes são a gênese afetiva da moralidade, estão relacionadas com as percepções que fazemos de nós mesmo e se ligam à construção de um autoconceito positivo, no qual não há somente o pensamento individual, mas também voltado para a coletividade e o bem comum.