O presente estudo aborda “o interior de uma prisão” na díade “mãe-bebê”, alguns conceitos da psicanálise de um ambiente suficientemente bom, partindo do pressuposto que a criança tem uma maturidade inata, porém precisa de um ambiente suficientemente bom, para evoluir e processo de maturação que ocorre através, uma mãe suficientemente boa. Caso isso não ocorra, o seu desenvolvimento e seu processo maturacional ficará prejudicado e poderá levar a patologias e a construção de um self falso. O aprisionamento feminino gera ainda mais curiosidade na sociedade que o masculino, essa sensação ocorre, pois “da mulher espera-se, segundo a cultura ocidental, graça, passividade, paciência, tolerância. Além disso, as mães, que são as principais guardiãs das crianças em nossa sociedade, quando presas, são atingidas por imagens negativas e estigmatizadas, ferindo o mito da boa mãe. O tema abordado é complexo e escasso de estudos e pesquisas sobre a relação mãe-bebê inserida no sistema prisional. Desta forma, objetivamos compreender as influencias e consequências dos bebês que nascem dentro de um contexto penitenciário e analisar a população de mulheres encarceradas gestantes de uma Penitenciária feminina, investigar as principais consequências psíquicas trazidas da ausência da relação mãe-bebê. Este estudo apresenta uma revisão bibliográfica sobre o tema, realizada em artigos, livros e revistas eletrônicas datados de 2001 a 2014. A partir destes estudos, nota-se que o ambiente suficientemente bom para que o bebê possa se desenvolver de forma psíquica saudável é importante, entretanto, o que esta pena que incorre a mãe é repassada ao filho, uma pena que a ele não foi transitado. Identifica-se de imediato a necessidade urgente de novos estudos sobre a temática, de efetivar as políticas públicas já existentes, assim como de reformulação daquelas que não funcionam efetivamente. Um olhar reflexivo sobre a realidade das mães e bebês nessas condições é urgente, para que os bebês, que devem ser priorizados, sob pena destes estarem cumprindo uma pena ao iniciar suas vidas das quais não são autores dos delitos por outrem praticados.