A prática clínica nos convoca a pensar acerca dos fatores contemporâneos que incidem sobre a subjetividade e corrobaram para a sua constituição. Com vistas a trazer maiores subsídios para a clínica, o presente estudo propõe uma reflexão da noção de medicalização como um elemento de fundamental relevância que incide na cultura contemporânea e suscita investigações. Os tratamentos médicos para comportamentos e sofrimentos humanos têm sido vistos como algo normal, corriqueiro e até como sinônimo de progresso, de tecnologia e de inovação. No entanto, o uso generalizado de psicofármacos também expõe a artificialização do corpo e da mente humana, colocando em questão as fronteiras entre a natureza e a cultura.