A saúde mental no Brasil, devido a sua prática e contexto histórico, ganhou uma nova perspectiva com a reforma psiquiátrica que debruçou um novo olhar sobre os cuidados necessários para os portadores desse transtorno. Naturalmente que diante de uma nova realidade estrutural de procedimentos, muitos desafios surgiram para trazer adequação à sociedade desse novo formato de cuidar e prestar assistência básica tanto para o paciente quanto para os familiares e porque não dizer a própria equipe multidisciplinar. Programas foram estabelecidos pelo governo a fim de amparar pacientes e famílias nessa nova modalidade, mesmo que em muitos casos, a dificuldade enfrentada pelas famílias sejam maiores que os gestores possam imaginar. A reforma psiquiátrica devolveu ao portador de transtorno mental a possibilidade de ser ouvido em sua subjetividade e ser visto como um ser pertencente da sociedade e família, deixando de ser subjugado como incapaz, entretanto, surgem daí desdobramentos que estão distantes de serem resolvidos. Sabe-se que a participação da família no processo terapêutico dos pacientes é fundamental, entretanto essa inclusão familiar tem refletido um enorme desafio que precisa ser entendido como vital para um processo eficaz.