Imagem mediática do consumidor de heroína: o escravo da substância. O corpo está sujeito aos imperativos da agulha com que se injecta (chuta).

O síndrome de privação obriga às acções mais mirabolantes e impensadas: o roubo, a prostituição, o tráfico. Mas é a heroína a única responsável por esta série de consequências nefastas? Por um lado, assistimos à defesa das abordagens biopsicossociais, à nomeação infinita da tríade substância-indíviduo-meio; por outro, a agudeza dos exemplos evocados suscita o primado da substância: a heroína tiraniza efectivamente o indivíduo.