Alguns administradores que projetam a vida de suas organizações levam em conta a sua cultura, conforme descreve Rodrigo Loures no livro "O dragão e a borboleta". Estes gestores contam com alguns pontos para traçar o seu planejamento estratégico: olham para o passado e nele identificam ricas e sólidas experiências, as quais permitem a continuidade dos negócios - a história de vida organizacional reafirma este tipo de visão. Outros fixam os olhos nos dias presentes e então, apropriam-se daquilo que o mercado mostra no aqui e agora como referência. E, ainda, aqueles que lançam a sua percepção no horizonte futuro, captando tendências e possibilidades.

Estes pontos são importantes para a elaboração do planejamento estratégico e a sobrevivência das organizações, no entanto, não oferecem sustentabilidade. Para que isso se efetive, faz-se necessária a inclusão da voz das pessoas que participam da vida organizacional, que são cada parte do conjunto que forma o todo: indivíduos ou grupos (colaboradores e fornecedores) vinculados com o empreendimento, conclui Loures.

As três formas de se apreender o conhecimento e interpreta-lo baseiam-se em procedimento organizado que conduz a um certo resultado, diferentes posturas quanto ao tempo em que se busca a informação: anterior, atual ou vindoura, além dos riscos, pois que os planejamentos têm o seu grau de fragilidade.

É prudente traçar os planos e criar um padrão para posicionar as pessoas envolvidas nas atividades e processos organizacionais. Todavia, requer sabedoria em manter tais estratégias abertas a mudanças. Ser flexível o suficiente para que durante a trajetória exista a chance de se alterar pessoas, informações e, em alguns casos o foco. Em um mercado de alta competitividade e mudanças que aumentam exponencialmente, deve ser criado o hábito da transformação permanente. Alerta-se apenas, para o fato de que toda mudança requer um estudo aprofundado a respeito, e em outras ocasiões não, dependendo do seu conteúdo e do tempo disponível. Contudo, é vital que se observe bem, objetivando evitar problemas em virtude de mudanças desnecessárias ou até errôneas.

Incluir as pessoas vinculadas com o empreendimento é um novo paradigma. Neste tipo de relação forma-se uma fonte de conhecimento constante, originada nos profissionais que mantêm contato aprofundado, contínuo e formador de reflexões e comportamentos. Busca-se na base os dados de que se precisa aliados a outros recursos como a experiência e as tendências de mercado, para compor um melhor planejamento estratégico organizacional.

A tônica deste tipo de empreendimento está em se levar em conta as pessoas envolvidas no dia-a-dia. O seu conhecimento abre novas possibilidades de se projetar a organização no mercado, além das diferentes possibilidades acerca dos resultados. As lideranças que evoluem em conjunto com os seguidores sentem, estudam, refletem e implementam participações cada vez maiores em prol do conjunto. Elas são fundamentais quando se preocupam com o gerenciamento (foco nos processos e resultados) e a liderança (foco nas pessoas).

Com isso, nasce um novo espaço dentro das organizações, que pode ser chamado de "Fundação do conhecimento" ou outro que se deseje, estabelecendo uma cultura de maior participação dos recursos humanos nas atividades antes permitida a um pequeno número de profissionais, cujo posicionamento estratégico mantém o seu papel preponderante no planejamento.

Note-se que este envolvimento é capaz de aumentar o trânsito e a fluência de comunicação, além de estreitar os laços de integração e proporcionar motivação natural e decorrente. Aquele que se sente pertencente a um grupo, e que ainda percebe a sua positiva participação nos resultados de um projeto comum cresce e sente valorizado, além de identificar-se com ele. Planejar bem é parte do desenvolvimento específico (estratégias) e comunitário (organização).