A criatividade e a expressão artística são um atributo da natureza humana. Desde tempos imemoráveis a raça humana utiliza a arte como canal de expressão de conteúdos emocionais.

Embora o interesse pela relação terapia e arte venha de longe, foi somente a partir, da década de 1930, que distinguiu-se como opção terapêutica, quando psiquiatras tornaram-se interessados nos trabalhos desenvolvidos por alguns pacientes (em especial, pacientes esquizofrénicos) procurando uma ligação entre suas produções e a doença que os acometia.

Durante todos esses anos, as técnicas artísticas utilizadas em terapia, foram sendo desenvolvidas e criteriosamente pesquisadas.

Actualmente, são conhecidas como terapias expressivas, é uma maneira criativa de auxiliar em diversas questões emocionais como, resolução de conflitos, melhoria da auto-imagem, reestruturação emocional, minimização de traumas, superação de obstáculos, desenvolvimento de competências pessoais, treino de habilidades sociais, entre muitas outras situações.

Têm a finalidade de propiciar um ambiente de liberdade expressiva, possibilitando ao cliente trabalhar suas questões com a ajuda de diversas técnicas artísticas como, dança, teatro, música, literatura, canto, artes plásticas e outras infinitas possibilidades criativas, buscando facilitar e aprofundar a intervenção psicológica. Por isso exige do terapeuta, um estudo aprofundado, supervisionado e continuo da técnica.

O conceito de liberdade expressiva refere-se na criação de um clima terapêutico de aceitação, de tolerância, de abertura às iniciativas e opções do cliente, sendo em clima prioritário a todas as metodologias expressivas.

No universo das terapias expressivas, não é a obra artística que interessa, nem a sua qualidade estética, mas sim, a actividade criadora, a vivência, a expressão em si e as consequências emocionais desencadeadas por esta experiência.

A expressão tem valor apenas enquanto dura sua acção e apenas para quem se expressa. Tentar avaliar ou interpretar, é cair no erro, pois, a arte orientada em terapia, serve apenas como espelho do mundo interno do cliente.

Seja qual for o a técnica utilizada, dançoterapia, musicoterapia, biblioterapia, psicodrama, sociodrama e/ou arteterapia, a expressão não é um espectáculo, mas apenas um modo individual de contacto com o mundo inconsciente e de escape das tenções acumuladas e recalcadas.

São muitos os benefícios das terapias expressivas, tais como:

  1. Melhora a comunicação consigo mesmo e com o outro.

  2. O cliente se independentiza do terapeuta pois é activo.

  3. O tempo do tratamento é menor, pois a transferência é reduzida.

  4. Favorece a busca da harmonia e do equilíbrio da vida.

  5. Facilita o diagnóstico propiciando leitura de material inconsciente através deimagens pictóricas, sonoras, tácteis e cinestésicas.

  6. Aumenta a espontaneidade e a criatividade positivamente orientadas.

  7. Descarrega emoções recalcadas.

  8. Facilita a mobilização de pacientes passivos e introvertidos.

  9. Propicia a catarse nas situações em que é penoso expressar por palavras.

Experimentar os benefícios das terapias expressivas, não se trata apenas de criar uma obra de arte, de tocar um instrumento ou movimentar o corpo, mas sim de vivenciar, em terapia, o potencial e a força criativa que levam as pessoas ao auto-conhecimento, ao encontro do equilíbrio e a superação de suas dificuldades emocionais.