O presente ensaio faz referência ao relacionamento dos personagens Cássio e Léa, na novela Caras e Bocas, da Rede Globo de Televisão, autoria de Walcyr Carrasco. Um adulto jovem gay se descobre viril na relação com uma mulher madura, heterossexual. Esta com um currículo de relacionamentos por interesse financeiro que, pela primeira vez, vê-se apaixonada, no caso, por esse sujeito gay com ´visibilidade do estigma´ (GOFFMAN, 1988). Tomando por base esta história fictícia e atípica de amor, o texto procura explanar o quanto a sexualidade é plástica, ou cheia de possibilidades de arranjos, quando escapa do determinismo social que tenta cristalizá-la na polarização dos territórios heterossexual ou homossexual, como se os mesmos jamais se cruzassem. Assim sendo, põe sob suspeita um suposto núcleo intermediário, entre esses dois extremos que seria a bissexualidade.