Em meados de 1.875, enquanto Wundt ministrava aulas de filosofia indutiva e prestava sua contribuição para psicologia criando o primeiro laboratório de Experimentos em Psicofisiologia, nascia Carl Gustav Jung: pobre filho de um pastor Suíço do interior e sua esposa que tinha visões de espíritos desde tenra idade.

Depois de uma infância conturbada e repleta de dogmas misturados com o misticismo; ele foi muito solitário.Os pais das crianças da aldeia em que moravam não os deixavam brincar com o pobre garoto de pais tão “singulares”.

Aos vinte anos (1.895) ingressou na Faculdade de Ciências Naturais da Universidade de Basel, onde ficou fascinado por aqueles que tratavam de doenças em seres humanos e da história do desenvolvimento físico do homem.

Foi bem sucedido na carreira, mesmo relatando anos depois que sua trajetória iniciou-se por que ele buscava mais a segurança financeira do que o sucesso profissional.

O que ele também não imaginava era a repercussão que sua vida alcançaria, seguindo a área da psiquiatria e mais tarde da psicologia.Onde fez parte do grupo de  pessoas renomeadas, obtendo cargos de respeito.

Devido às suas experiências pessoais, Jung sempre sentiu-se atraído pelos fenômenos sobrenaturais, inclusive tema de sua primeira dissertação, onde estudou uma jovem médium.

Assuntos que são polêmicos até hoje, porém com uma diferença: A evolução da época de Jung até os dias atuais.

Na sua infância, o contato que alguns membros de sua família encontraram para comunicar-se com os espíritos, era através do copo. Onde pelas letras do alfabeto espalhadas pela mesa e perguntas sendo formuladas, os seres de outras dimensões constatassem respostas para os presentes na reunião.

Fatos que já não acontecem atualmente, exceto por alguns curiosos. Pois naquela época era uma questão de crenças,sendo também alvo de preconceitos.

Juntamente com a evolução, esses temas hoje, são estudados e já fazem parte de abordagens científicas, incluindo matérias em cursos de graduação.

Espíritos eram considerados demoníacos! Porém agora já existem várias doutrinas científicas e filosóficas que explicam todos os fenômenos, relatando que para “Toda pergunta há uma resposta concebível”...

Se Jung estivesse em vida, certamente esclareceria a maioria de suas dúvidas.Mas sofreria muitos preconceitos por parte de pessoas que designam certos fenômenos como religião ou meras crendices de pessoas estúpidas.

A causa de muitos problemas, não se origina somente em casos de repressão sexual, na fase oral, anal e fálica, complexo de Édipo, etc. E sim, pelas indagações internas, na lavagem cerebral exercida em certos movimentos religiosos, na busca incessante do ser humano por si mesmo diante de experiências dolorosas vividas onde nada tem haver com o sexual.

Falar de espiritualidade ou fenômenos mediúnicos como Jung fez a tantos anos atrás, nada tem haver com religião, mas sim fatos concretos na vida de qualquer ser humano.

Vivemos a era em que a onda de terapias alternativas tem alcançado bastante êxito, e feitas por profissionais que nem mesmo tem alguma formação acadêmica ou experiência profissional.

Tudo tem que possibilitar um equilíbrio, e infelizmente certas áreas da psicologia e da espiritualidade tem sido difundidas. Onde para ideais que fogem dos padrões da ciência limitada, é preciso abandonar a CRP e tornar-se terapeuta holístico.

É hora de reavaliar os conceitos e buscar fatos sólidos e eficazes para a solução dos problemas e indagações da humanidade.

Certamente se Jung estivesse vivo, sua credibilidade juntamente com o progresso humano, muitas coisas ainda seriam estudadas e cada vez mais ele chegaria perto do que obteve em sua época com recursos tão escassos.

Com certeza a psicologia, assim como naquela época alçaria grandes vôos e faria inúmeras descobertas, onde não mais ficaria estagnada nos limites de 1.961, o ano da morte de Jung, encaixando-se dentro dos padrões do ano 2.000: Liberdade de expressão e evolução dos pensamentos e idéias!  

 

BIBLIOGRAFIA

DEIRDRE, Bair. Jung- Uma biografia, Tradução: Helena Londres. São Paulo: Globo, 2006.