Nós mulheres não costumamos ter todas as respostas, mas certamente temos todas as perguntas! Perguntamo-nos se estamos com o corpo legal, se somos inteligentes como gostaríamos de ser ou tão bem humoradas quanto supomos.

Infelizmente a maioria de nós busca essas respostas através de um terrível mecanismo, a comparação! Comparamo-nos com a vizinha, com a colega da academia, com a melhor amiga e até com aquela ‘conhecida’ com a qual sequer nos simpatizamos.

O sexo feminino pode ser extremamente sagaz na arte da comparação, pode ir muito além de altura, peso, bolsas ou sapatos... A nossa lista pode incluir namorados, maridos, empregos, filhos, trabalho, grau de felicidade e até de desenvolvimento emocional e espiritual. Assim vamos nós, ora nos sentimos muito bem... Ora nos sentimos muito mal.

Nessa gangorra cruel não é apenas o humor que se torna variável, a balança, a conta bancária e os relacionamentos não nos agradecem pelas nossas insanas comparações! Descontar na comida, no cabeleireiro que leva uma boa parte do nosso salário ou brigar por bobagens com o amor da nossa vida não irá aliviar a tensão interna que criamos através do mecanismo: Comparação = euforia ou frustração.

Cada vez que nos comparamos a alguém é como se abandonássemos a nossa própria vida, os nossos potenciais de realização e de felicidade. Se somos capazes de realizar as mais variadas tarefas como preparar o almoço enquanto conversamos com uma amiga ao telefone ou vestirmos os nossos filhos enquanto pensamos na solução de um projeto de trabalho, por que não conseguir conciliar também o equilíbrio e os desafios diários? Normalmente, porque assim como cuidamos de tudo aquilo que está fora de nós, também buscamos do lado de fora as respostas para os nossos anseios.

Eu vou lhe propor um exercício de autoconhecimento: a partir de hoje preste muita atenção, observe-se, esteja conectada consigo mesma. Se puder anote em um papel, durante uma semana quantas vezes por dia você faz comparações, pensa ou repara nas outras pessoas para estabelecer os seus próprios padrões de conduta, realização ou felicidade. Perceba como isso afeta as suas emoções, seu humor e o seu estado de espírito. Diga não à comparação. A única comparação que pode nos ajudar é aquela que fazemos em relação a nós mesmas: Hoje eu estou me sentindo melhor comigo mesma do que ontem? Aceite apenas essa comparação em relação a si mesma. O resto é desgaste e perda de tempo.

Sempre que eu me sinto tentada a comparar-me a alguém, rapidamente recorro à imagem do piano, pois nele cada tecla que o compõe é aparentemente idêntica às demais, porém única e especial pelo som que emite. Todas nós somos únicas pelo nosso jeito de ser e somos insubstituíveis por aquilo que podemos agregar ao mundo. Bom exercício emocional!