O trabalho voluntário não somente no Brasil, mas como em todo mundo, pode ser avaliado de acordo com os comportamentos das pessoas que sujeitam-se a desempenhar esse papel, onde se tornam alvos de questionamentos em relação as intenções desse trabalho, chocando-se em alguns aspectos de banalização.

A isso se deve a uma avaliação das verdadeiras intenções dos indivíduos que passam a ter o voluntariado como uma escolha em sua vida pelo “bem” do próximo ou mesmo pelas entidades privadas que também contribuem para a banalização desse setor, onde a área de responsabilidade social tornou-se um marketing e uma forma de renome com o objetivo da lucratividade da empresa.

Obviamente não podemos generalizar, pois ainda há seres humanos que merecem créditos por suas atitudes que beneficiam a população carente não somente em aspectos de sobrevivência, mas de apoio, carinho e dedicação.

Estas que podem ser caracterizadas como voluntárias sem fins capitalistas, ou seja, não objetivando a lucratividade e o renome social. O contrário das organizações privadas e mesmo do governo, este que precariamente o pouco que faz em prol da população necessitada, acaba por deixar seus rastros entre seus sucessores, utilizando os meios de solidariedade para benefício próprio.

E assim, observamos um vasto crescimento nesse setor, mas infelizmente de uma forma distorcida, onde seus princípios estão se perdendo ao redor do tempo.

Podendo ser recuperado com a progressão da humanidade, que em todos os cantos do mundo prezam muito pela melhor qualidade de vida, mas seus comportamentos acabam por serem contraditórios aos preceitos reais que podem levar a uma sociedade mais justa e mais humana. Do contrário, como é possível acreditar nos velhos chavões, como por exemplo, “Acreditar em um mundo melhor”, se nós mesmos acabamos por nos trapacear? 

É percebido que muitas reclamações são feitas, muitas inconformações são geradas diante de atitudes por parte dos mais “poderosos”, mas igualmente não somos capazes de sermos verdadeiros nem no sentido de ajuda mútua. Dessa forma, como almejar a verdadeira liberdade, igualdade e fraternidade ansiadas desde a Revolução Francesa em meados de 1.789 na luta pelos direitos humanos?

É de extrema contradição em que é dotada a capacidade do homem, principalmente quando pincelamos aspectos da era atual, por que se analisada com mais afinco é possível desenganar toda uma sociedade que vive em prol dos próprios interesses e da superficialidade.

Mas ainda nos resta uma chance de mudança, onde reestruturando os “velhos valores”, poderemos encarar os verdadeiros problemas sociais de frente e conforme a bagagem deixada pelos nossos ancestrais, ainda poderemos acreditar que um dia poderemos viver numa sociedade realmente justa e quando reclamarmos ou mesmo rotularmos o outro, não esquecendo que somos dotados da mesma condição quando apontamos para o governo ou injustiças que somos acometidos diariamente. Só que em proporções diferentes: enquanto eles roubam, enganam e se desfazem de toda a população em diversos aspectos, nós também somos acometidos por essas facetas com nossos colegas de trabalho, vizinhos, familiares, amigos, cônjuges entre outros.