O conceito de inteligência abrange a capacidade do indivíduo em compreender o significado das “coisas”, e ter consciência do instrumento mental que nos permite conhecer o mundo e seus significados. (Sternberg, 1992).

Metaforicamente, poderemos considerar que hoje a sociedade é alvo da inteligência sem cérebro! E a isso se deve, que seres “pensantes”, responsáveis por toda a evolução científica e tecnológica, começando por Santos Dumont atingindo até Mark Zuckerberg, estão em minoria...

 Através dos noticiários, compreendemos que essa era possui responsáveis pelas inovações de profissões, como por exemplo, mulheres representando frutas com seios e bumbum, a beleza “natural” das panicats (Sc...Sc...), as famosas socialites ( Para que servem mesmo?), atores de filmes pornôs, esposas de traficantes, prostitutas de luxo  e as que deixam a profissão para tornarem-se esposas, posteriormente mutilando o próprio marido e em seguida colocando-o em uma mala...

Assim, com alguns comparativos, é possível um início de compreensão referente a desvalorização do órgão mais importante do corpo humano e suas funções: o cérebro!Resultando-se em toda a banalização atual: violência, extravagâncias, tragédias e muita luxúria...

Um exemplo inspirador, bastante repercutido nas últimas semanas é o caso Elize e Marcos Matsunaga. Rapaz nascido de família nobre (Bilionária), herdeiros da empresa Yoki fundada pelo avô na década de 60. Estudou nos melhores colégios, frequentou os melhores lugares, porém, havia uma certa “queda” por garotas de programa...

Sendo o alvo de sua primeira separação, em que deixou sua esposa e filha pequena, pós três anos de um caso paralelo com a atual celebridade: Elize...

Eis que não somente as deixou, mas casou de papel passado, véu e grinalda, proporcionando uma vida de luxo a ex- garota de programa, a qual também tiveram uma filha (Hoje com 1 ano de idade).

Mas o que levava o grande empresário a procurar garotas de programa em um site da internet? E o detalhe maior: separar-se de atuais esposas para casar-se com elas?

A primeira vertente deixa evidente, segundo Ballone (2002), a compulsão sexual, partindo de um transtorno obsessivo-compulsivo com sintomatologia sexual. Pois podemos encontrar em reportagens, o fato de ter outro caso com uma garota de programa, descoberto por Elize através de mensagens pela internet, coincidentemente, pelo mesmo site em que conheceu o empresário.

A segunda vertente é uma indivíduo que exige gratificação sexual sem maiores considerações éticas, morais e legais, resolvendo-se numa sucessão impulsiva e insaciável de prazeres, aí então estaríamos diante de um Transtorno Borderline da Personalidade, com sintomas sexuais. (Ballone,2002).

Assim, também encontramos traços das características de Marcos, por deixar claro sua condição insaciável de prazer, sem considerações éticas ou mesmo morais em se relacionar com garotas de programa. Onde poderemos encontrar traços de baixa auto-estima e insegurança por ter que “contratar serviços pela internet”, onde o que importa são os valores monetários antes (Ao comprar sexo) e depois (Ao ter serviço exclusivo, posteriormente com direito a matrimônio).

No transtorno Borderline , o indivíduo quanto a capacidade de planejar pode ser mínima e os acessos de raiva intensa podem, com freqüência, levar à explosões comportamentais e de violência. Essas explosões costumam ser facilmente precipitadas, principalmente quando esses atos impulsivos são criticados ou impedidos por outros. (CID-10,1993).

Já Segundo o DSM- IV (1995), o Transtorno Borderline é um padrão global de instabilidade dos relacionamentos interpessoais, da auto-imagem e dos afetos e acentuada impulsividade, que se manifesta no inicio da vida adulta.

Ainda para a CID-10 (1993), há uma tendência marcante a agir impulsivamente e sem considerações das conseqüências, juntamente com acentuada instabilidade afetiva. Onde a vida conjugal com essas pessoas pode ser muito problemática, pois, ao mesmo tempo em que se apegam ao outro e se confessam dependentes e carentes desse outro, de repente, são capazes de maltratá-lo cruelmente.

Nesse caso, encaixando-se perfeitamente quando Marcos foi descoberto, sendo agressivo com Elize, e assim como da primeira vez, ameaçando-a em terminar o relacionamento, com a justificativa que a “mandaria de volta para o lixo o qual teria vindo”...

Provocando intensamente a raiva de Elize, ao passar pela mesma situação em que se propôs alguns anos antes.

Será colheita do que plantou anos antes? 

Permanece essa icógnita, com algumas interpretações do seu real estado psicológico, onde a catatimia tem sido o principal. Sendo um fenômeno observado quando a emoção turva a razão. É ela que provoca os chamados estados passionais, previstos em lei pelo Código Penal Brasileiro: "... quando o indivíduo cometer o delito sob forte emoção...", o que permite atenuar a aplicação da pena judicial, pois o réu não estaria, assim, plenamente consciente no momento do delito, e, portanto, não podendo ser totalmente responsável pelo mesmo, diminuindo a sua imputabilidade legal e jurídica. (Tripicchio,2007).

Percebemos que essa breve explicação auxilia muitos os réus como Elize a se livrar da culpa de forma quase completa. Mas como costumo dizer, a história de vida é compreensível, mas não é justificável.

Um indivíduo que sujeita-se a venda do próprio corpo, escondendo-se atrás da pobreza e abandono pode ser considerado uma vítima?

Um indivíduo que no momento de fúria assassina o próprio marido pode ser alvo da catatimia? Acreditamos que sim... Porém, que aguarda algumas horas para mutilar o corpo do assassinado durante horas, colocando- o em uma mala, jogado-o em um matagal, ainda está sob o mesmo impacto: forte emoção como no momento do disparo?

Dessa forma, vale a pena refletir sobre essas diversas questões e igualmente que os profissionais estão utilizando da área psicológica para banalizar a nossa sociedade atual e distorcer conteúdos ...

 

BIBLIOGRAFIA

Tripicchio, A. Catatimia. In. RedePsi, Internet, disponível em: http://www.redepsi.com.br/portal/modules/smartsection/print.php?itemid=737 , 2007.

American Psychiatric Association – Manual de Diagnósticos de Distúrbios Mentais. 4.Ed. Editora: Artes Médicas.1995

Ballone, G.J. - Comportamento Sexual Compulsivo - in. PsiqWeb Psiquiatria Geral, Internet, disponível<http://gballone.sites.uol.com.br/sexo/hipersexo.html>, 2002.

CID-10: classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10: descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre : Artes Médicas, 1993.

Sternberg.R.J., As capacidades intelectuais humanas: uma abordagem em processamento de informações. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.