O dia internacional da mulher, oito de março, nasceu em um propósito bem diferente do absorvido atualmente em algumas classes. A lembrança deste dia, no calendário internacional, criado em 1975, teve propósito de validar o ato de coragem de mulheres de 1857 que lutaram pelos seus direitos humanos. Essas mulheres, de mãos de obra industrial, morreram presas, queimadas e asfixiadas no local de trabalho quando gritavam por vida!

156 anos se passaram e muitas outras histórias para semelhante luta aconteceram. Meninas foram sacrificadas por bárbara e ignorante tradição; mulheres foram submetidas ao trabalho escravo e sem respeito; senhoras amarguraram anos de dedicação à consciência sem vislumbrar a extinção do preconceito por parte da sua própria classe.

Mulheres, que marcharam contramão a estas, tiveram maior força e tornaram, este dia, um dia para diferenciação por dotes e escravismo de moda. O marketing para o dia é o mesmo: que as mulheres devem se sentir poderosas. Mas, o significado do poder foi corrompido na modernidade que estimula a competitividade e a exclusão.

Ocorrem-nos submissões femininas que despeitam, não somente a ética humana, mas, também, a luta pela consciência das que estão fortemente trilhando nesta mudança. Mudanças que elas mesmas e de tantas gerações hão de beneficiar-se, se sobreviverem às que levantam o grito pela vida.

A barragem é forte! A insegurança é uma estratégia fortemente impregnada. Mas, pior que a insegurança, é a ignorância! Já existem muitos programas sociais e leis de proteção, que, se vigentes, ou melhor, se bem comunicados e compreendidos, já fariam extirpar esta tal insegurança.

Ainda temos que relembrar e repensar como é possível tornarmo-nos igualitários nos direitos e deveres necessários para nossa sociedade. O dia internacional da mulher torna-se, assim, um dia para todos da sociedade, sendo ambos os sexos, ambas as idades, ambas as classes sociais, tornarem-se agentes que gritam por vida!

É de chocar-nos, diante de tantas possibilidades de estudos históricos, ainda encontrarmos líderes que defendem medidas que, transversalmente, delegam excluir quem não tem mecanismos semelhantes de sobrevivência.

Embora seja impugnante, este tipo de liderança se possibilitou porque tiveram em quantidade os propensos liderados, e, estes, pela carência de atitude e persuasão, deixaram-se conduzir, mesmo que em certos momentos cochicharam desprezo e revolta.

Mas, não vale desistência! Permitir-nos absorver os motivos e, compreendê-los em todo o meio que os cerca, é a melhor medida que se encontra capaz de ensinar e permear uma resposta com coerência, de forma que contribua para reflexão e, consequentemente, uma transformação de ações.

Dia a dia, é preciso trafegar por outras estradas. Não para novas explorações, mas, para repensar se, as que estamos escolhendo, ainda permanecem os melhores trajetos.