Em meados de 1875, enquanto Wundt ministrava aulas de filosofia indutiva e prestava sua contribuição para a psicologia, criando o primeiro laboratório de Experimentos em Psicofisiologia, nascia Carl Gustav Jung: pobre filho de um pastor Suíço no interior e sua esposa, que possuía sensibilidade suficiente para ter visões do mundo dos espíritos desde muito jovem. (DEIRDRE, 2006).

Essa foi a base da criação de Jung, contando igualmente com a solidão, já que os vizinhos próximos não costumavam deixar seus filhos brincarem com o garoto, devido ao perfil “diferente” de seus pais.

Situação complicada e de difícil entendimento em tão pouca idade, já que sua necessidade naquele momento eram as brincadeiras e o contato com outras crianças. Embora anos mais tarde, podemos perceber o quão valiosa foi essa bagagem, pois através dela é que houveram tantas pesquisas, teorias e evolução no campo do comportamento.

Assim, logo em sua primeira dissertação, o tema gerou certo desconforto: uma pesquisa com base em uma jovem médium, sendo essa, sua prima de quinze anos.

Após alguns estudos, observações e mesmo julgamentos acabou enfrentando olhares reprovadores quanto ao assunto. Seguindo em frente até o final, para conclusão de aspectos, que por fim só o instigou a continuar ainda mais.

Acabou concluindo, que a mediunidade não é necessariamente de ordem patológica (Jung,1994), como acreditavam outros teóricos como Freud e Janet.

A origem foi considerada o inconsciente do médium, mas não sendo excluída a hipótese de paranormalidade. Bem como a telepatia, o inconsciente pessoal ou comunicação dos espíritos desencarnados. Embora tenha deixado bem claro a necessidade de mais estudos. (JUNG,1994).

Tais assuntos geraram muita polêmica pela audácia de Jung na época, principalmente a essa tendência de buscar o “oculto”. Não que atualmente estamos isentos dessa polêmica, mas contamos com uma sociedade um pouco mais aberta, devido a evolução de pensamentos que vem acontecendo gradativamente.

E justamente com essa diferença nos dias atuais, é que fica uma grande curiosidade: Como seria se Jung ainda estivesse vivo? Pensamento interessante... Já que a aceitação do inconsciente e do mundo espiritual, como base para a educação e qualidade de vida, cada vez mais está se propagando.

Estamos rumo ao entendimento maior sobre o sentido da vida, obtendo como consequência um pouco mais tranquilidade e experimentando o que é o verdadeiro prazer, ao invés de somente a euforia momentânea que atinge a maior parte da população!

Certamente se Jung estivesse entre nós fisicamente, ficaria orgulhoso pelo seu trabalho ter expandido no decorrer dos anos, com a sociedade ainda colhendo frutos de todo seu plantio.

Sendo que suas teorias estão presentes nos cursos de graduação em Psicologia, sendo muito importantes para a formação de nossos profissionais. Já que suas fontes enriquecem, esclarecendo muitas indagações e permitindo novos caminhos.

É compreendido que sua credibilidade somada com alguns dos progressos humanos, hoje poderiam ser plantadas tantas outras sementes que não tardariam à colheita de bons frutos. Considerando que em sua época obteve bons resultados, mesmo com recursos tão escassos.

Mesmo assim, é visto que deixou um pouquinho de si em cada profissional que opta ainda hoje, por seguir suas teorias como base. Continuando o seu legado em prol da desmistificação da vida e a melhoria para seus diversos males psíquicos.

BIBLIOGRAFIA

DEIRDRE, Bair. Jung - Uma biografia, Tradução:Helena Londres. São Paulo: Globo, 2006.

JUNG, C.G. - Sobre a Psicologia e Patologia dos Fenômenos Chamados Ocultos. Obras Completas, vol. I. Vozes, Petrópolis, 1994.