A Síndrome do “Ninho Vazio” não é uma doença física e, como tal, não deve ser considerada uma patologia. No entanto, trata-se de uma sensação de vazio emocional e físico, normalmente sentido pela mãe, com a saída dos filhos de casa. É essa sensação de vazio que pode promover um conjunto de patologias como, depressão ou a chamada “falsa depressão”.

Quem sofre desta síndrome normalmente são mulheres, com cerca de cinquenta anos, que dedicaram toda a sua vida exclusivamente aos filhos e à casa. Como tal, são cada vez mais raros os casos em Portugal e na Europa pois, a maioria das mulheres, trabalha fora de casa. A esse facto, acresce a questão dos filhos se tornarem independentes economicamente, cada vez mais tarde. No entanto, este tema é importante para quem vai ser mãe pela primeira vez. Tendo consciência que esta Síndrome existe, no que consiste e qual a sua origem, pode detectar precocemente os sinais. Até porque quem sofre da Síndrome de “Ninho Vazio”, normalmente, não consegue identificar que sofre desta condição, recorrendo à terapia porque tem o objectivo de emagrecer ou aumentar a libido.

É considerado normal que os pais possam sentir alguma nostalgia com a saída  dos filhos de casa, no entanto, se cerca de três meses depois da sua saída, sintomas como dor de cabeça crónica, hipertensão, cansaço crónico, discurso viciado em torno dos filhos, e/ou choro constante persistirem, é motivo de preocupação.

São muitas as mulheres que se focam e dedicam exclusivamente aos filhos, colocando-se constantemente em segundo plano, como elemento individual, familiar e social. Uns anos depois, o inevitável acontece. Por optarem por estudar longe de casa, por decidirem viajar, por decidirem casar ou simplesmente porque decidem ter o seu próprio espaço, os filhos saem de casa.

Há muitos pais que tendem a dramatizar o momento da saída dos filhos. Exercem pressão através da transmissão dos seus medos quando, na realidade, estes pais têm medo de perder os seus filhos. E porquê?

Enquanto o casal se ocupa exclusivamente dos filhos, tem tendência a  esquecer-se de si - enquanto casal - levando a que, muitas vezes, a sua vida sexual entre numa rotina e a frequência do desejo vá diminuindo com o tempo.

Como o foco durante anos foram os filhos, com a saída destes o casal passa a ter mais tempo para a relação.

Normalmente o homem, nesta fase da sua vida, tende a aproximar-se sexualmente da sua parceira (até porque o pico sexual do homem é entre os cinquenta e sessenta anos). Relativamente à mulher, tende a sentir-se mais retraída. Embora passe a ter mais tempo e disponibilidade para dedicar à sua vida sexual, já não tem as características físicas de quando casou e isso constrange-a.

Se nesta fase da vida, o homem encontra uma oportunidade para se libertar sexualmente e a mulher, por seu lado, se retrai, essa situação pode provocar grande tensão no casal e muitas vezes até situações de infidelidade, levando a mulher a um estado depressivo ou de “falsa depressão”, com o objectivo de chamar a atenção.

Perante este contexto, a hipnose clínica trabalha a Síndrome do “Ninho Vazio” actuando em várias vertentes. A hipnose clínica promove um desvio da atenção, relativamente às preocupações para com a ausência dos filhos e para com as rotinas que, entretanto, deixaram de existir (fazendo com que a mãe se sinta inútil). Esta terapia auxilia a mãe a aumentar a sua auto-estima - enquanto mulher, parceira e elemento social.

Os E.U.A são o país que mais estudos efectuou nesta matéria. Neste pais, psicólogos e psiquiatras chegam a prescrever como terapia, a adopção de animais, sobretudo macacos e cães para que as mães se dediquem a cuidar deles. Aliás, a moda de se “embonecar ” os animais domésticos partiu muito desse facto.

Dependendo do estado do paciente, o acompanhamento psiquiátrico poderá ser necessário e, nesse caso, a hipnose clínica actua como terapia complementar.

A duração do tratamento depende de uma série de factores e do seu grau de complexidade.